Noturno
É noite.
A Lua se eleva amarela no éter negro,
esquadrinhando os céus
como o olho de um ciclope de cabeça preta.
Tudo é silêncio:
a cidade jaz em coma profundo,
resplandecendo através de inúmeros quadradinhos brilhantes.
Nem uma estrela mostrou a cara hoje.
Pergunto-me a razão;
descubro, reflito, chateio-me e penso:
“A luz elétrica apagou o céu”.
O pretume me sufoca.
Desespero-me, agito-me:
um coro de mil vozes de viúvas grita ensandecido em meu estômago.
Não agüento o fardo e fecho os olhos.
Sinto que vou cair.
Subitamente, você aparece
e me acende o céu da mente,
que então refulge
iluminado por um bilhão de rojões multicoloridos.
Um sorriso me sorri sincero.
Já não há cidade, céu, estrelas ou Lua.
Sua mão repousa sobre a minha fronte
e meu coração bate feliz.
Realmente, por que precisaria eu de estrelas?
Tenho um sol ardendo brando em meu peito;
Luz que me escapa do interior pelas pontas dos dedos
e me provoca a escrever estes versos.
Encontrar-se em outro e ter outro em si
é uma sensação maravilhosa!
Hoje nada me falta:
estou contigo.
Um comentário:
lindo benja, gostaria de, tão bem qnto vc, expressar a reciprocidade- embora acho q já está bem claro (:
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