Haikai de duas páginas
Dizem que fazer
haikai não é pra dizer,
mas pra sugerir.
Cinco, sete, cinco.
São três versos que limitam,
tirano poema.
Mas de que me vale
essa escrita que se cala,
letra que não diz?
Palavra que morre,
de que me pode valer?
Futilidade.
Abismo de dor,
é profundeza sombria
um signo vazio.
Aberração, sim,
monstruosidade, horror,
é não se dizer.
Angústia terrível
de ter que em si se encerrar.
Quero me expandir.
Quero liberdade.
Quero o que quiser falar.
Efusividade.
Quero sem delongas
poder de toda palavra
servir-me liberto.
Quero assim poder
dizer com todas as cores
a minha visão.
Quero já abrir
meu coração revoltoso.
Declarar amor.
Esse sentimento
dizer com todo o meu ser:
eu amo você.
O cheiro verde,
consolo de tarde fresca,
da grama em teu corpo.
O nanquim escuro,
nesses teus belos cabelos,
é serenidade.
As lindas estrelas
do teu olhar mui profundo.
Nunca vi mais belas.
O toque macio
de lábios cor de carmim.
É um beijo doce.
Calor dum abraço,
terno unir de corações.
Ajuntar de almas.
Sensação tão doce,
misteriosa, é tal
esse amor que tenho.
Resposta que tenho
a dar por essa enorme
alegria em mim:
Por te amar assim
nasceu um sol, refulgente,
em meu coração.
Um comentário:
que saudades de você e de seus versos
que saudade de sua maravilhosa risada
adoro você e seus irmãos
jura
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