O peixe-boi
O peixe-boi dorme.
Tranqüilo peixe-boi
Que se deixa embalar
Pelo calmo correr
Da correnteza do rio.
Então ele abre um olho,
Abre outro,
E dá um grande bocejo.
O peixe-boi acorda
E come uma alga
Do fundo do rio.
Um pouquinho mais adiante,
Come outra alga.
Ele mastiga
Vagarosamente
E sente sono.
Enquanto engole
O verde capim dos rios,
O peixe-boi pensa
Em sua família.
Ele então se entristece,
Sente um peso a lhe apertar
O peito
E tem vontade de chorar.
O peixe-boi não tem mais
Pai nem mãe.
Um caçador malvado
Levou-os embora,
Para longe do triste peixe-boi.
O peixe boi não tem mais
Irmão nem irmã.
Um barco desgovernado
Os atropelou e os tirou
Do pobre peixe-boi.
O peixe-boi não tem mais
Amigos nem companheiros.
A sujeira dos esgotos
Das casas dos homens
Espantou todos
Os outros peixes-bois
Para mananciais distantes.
O peixe-boi está sozinho,
Peixe-boi sem rebanho,
Peixe-boi sem cardume,
Coitadinho do peixe-boi!
E por isso ele chora,
Chora como uma criança
Aninhada em sua cama.
Mas ninguém percebe
Esse choro
Pois, assim que brotam,
As lágrimas do peixe-boi
Se misturam à fria e triste
Água do rio
E desaparecem
Sem rastro.
Um pouco melancólico, mas acredito que esteja bom. Voltando aos videogames, postei mais um conto inspirado no jogo Okami la no blog Rosa de Pedra, que você pode acessar pelo menu ao lado. Confiram! Logo postarei um aqui também. Até a próxima!
2 comentários:
Poesia significativa e um tema de grande valia para os dias atuais.
Deixo o endereço do blog
http://et-cetera-e-tal.blogspot.com/
bellissimo poesia prbns
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