quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poesia infantil de novo!

Olá pessoal! tudo jóia? Estou postando aqui mais um poema infantil. Espero que gostem!

Foi o gato.


Cadê o toucinho que tava aqui?

O gato comeu!

“Não, não fui eu não!”, disse o gato,

Inconformado com tal acusação.

E, indignado,

Continuou sua reclamação:

“Pode parar com essa mania

De toda vez que some algo

Vir logo me acusar!

Eu não sou lá gato

De fazer e esconder.

Como sempre digo e repito:

Ao feito: peito!”

Mas então,

Quem teria comido o toucinho,

Delicioso pedaço de leitão?

“Eu não posso afirmar nada” – comentou

por entre miados o felino –

“mas se você

me pedisse a opinião

eu diria que foi o gavião.”

Nisso veio então

A solene ave de rapina

Defender sua reputação:

“Ora bolas, que absurdo!

Onde já se viu acusar de roubo gavião?

Pois todos sabem muito bem sabido

Que o gavião não rouba,

Ele caça!

E além disso, que interesse

Teria eu, que nem gosto de porco,

num pedaço de toucinho?

Se você quer mesmo saber,

Eu acuso o canarinho!”

A avezinha amarela veio assim,

Com sua voz melodiosa,

Refutar tal acusação:

“Pois digo eu que o senhor gavião

Está mesmo é com as porcas tortas!

Falta não um, mas dois

Parafusos na cachola desse rufião!

Acusar canarinho

De comer toucinho!

Esse senhor está louquinho!

Ademais, como conseguiria eu,

Com meu pequenino biquinho

Comer um pedação de toucinho?”

A defesa do canarinho

Foi deveras convincente.

Mas, ainda assim, coitadinho!

Foi só terminar esse sermão

Que o senhor gavião,

Muito doidão,

Saiu voando atrás do canarinho

Para fazer dele um caldinho.

E continuava

O roubo do toucinho

Sem qualquer solução.

Foi quando o gato,

O primeiro acusado,

Sugeriu ter sido obra

Do esperto e velho jabuti.

Depois de um tempo confabularmos

A respeito desse tema,

Chegou o jabuti

Para provar sua inocência!

“No meu tempo de moço,

Os jovens que acusavam

Um senhor de idade, homem feito,

De crime assombroso, horroroso,

Eram punidos com pauladas

De um pedaço de pau bem grosso!

Nunca fui acusado de nada

E em toda a minha vida

Jamais fiz mal

A uma mosca sequer!

Pois digo logo

Que não é hoje

Que serei falsamente acusado

Por um gato qualquer!”

E de fato, foi uma estupidez

Acusar o pobre jabuti.

Como poderia ele,

Por mais esperto que fosse,

Roubar o toucinho

Com tamanha lentidão?

Muito esperto, então,

O jabuti sugeriu:

“Acredito

Que quem cometeu tamanha violação

Foi o cachorro,

Bicho dos mais arteiros!”

Ofendido por tamanho insulto,

Se mostrou o cachorro,

Cabisbaixo, para afastar tais difamações:

“Entristeço-me por demais

Com o senhor jabuti

Por causa desse perjúrio.

Jamais roubaria de meu dono

Toucinho ou o que quer que fosse.

Pois, apesar de minhas traquinagens,

Sou ainda o mais leal dos animais,

Tanto que me chama até

De melhor amigo do homem!”

Mas que coisa! O cachorro tinha razão!

Como pudemos desconfiar

De um bicho com tão grande coração?

Mas ainda assim,

Continuava sem solução

O complicado caso

Do misterioso roubo do toucinho!

Quem poderia tê-lo pegado?

Quem poderia tê-lo comido?

E, mais importante,

Quem haveria de solucionar

Um roubo tão grandioso e complexo

Como o roubo do toucinho?

Muito se investigou

E muito se procurou

Responder a irrespondível questão:

“Cadê o toucinho que tava aqui?”.

Teorias foram elaboradas

Pelos maiores detetives do mundo.

Nem a Interpol, a CIA e a KGB

Conseguiram, num esforço conjunto,

Desvendar o vil criminoso

Que comera secretamente o toucinho.

Tudo fora em vão.

Foi só depois de muitos anos

Que o criminoso,

arrependido e envergonhado,

veio confessar seus atos.

Não foi o gato,

Nem o gavião,

Nem o canarinho,

Nem o jabuti

E nem o cachorro

Quem comeu o toucinho

Que estava ali.

No final das contas,

Foi tudo obra do menino arteiro

Que estava com fome

E que, para se safar da punição,

Disse:

“Foi o gato.”


2 comentários:

simone santana disse...

:)

Que legal... Lembrei-me de minha infância. Seu poema está muito bem redigido, como sempre.

Beijo!!!

Anônimo disse...

É Dum digno de livro!!!!
Maravilhoso como todos mas este está muito legal!!!!!!
tia Alé.