segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Panificar de novo!

Olá leitores do maluco! tudo jóia? Conversei com o Daniel, mencionado no post anterior, e ele liberou que eu publicasse aqui no blog dois capítulos do texto das Aventuras do Padeirinho Cícero. Espero que vocês gostem!

Introdução


Em uma das minhas viagens acabei passando por uma cidadezinha simpática chamada Vilas Boas. Nunca ouviu falar? Eu também, antes de ir pra lá, não fazia idéia de que ela existia. Vilas Boas fica bem no topo da Serra do Bem-te-vi. É uma região muito bonita, com muitas cachoeiras e matas silvestres nas quais os animais ainda podem viver em paz. O clima de lá é agradável o ano todo, as chuvas não inundam as ruas, o sol não queima as folhas das plantas e o vento não destelha as casas. É realmente uma ótima região, e ainda por cima o povo de lá é extremamente acolhedor. Eu recomendo muito que, quando puder, você de uma passadinha por lá. O único problema é que é um pouco complicado achar o caminho, mas isso é assunto para outro dia.

Voltemos à história que quero contar. Quando cheguei lá em Vilas Boas eu fiquei fascinado com uma pessoa em especial. Era um super-herói! Ele não tinha capa, não voava, não tinha um super ajudante, não tinha super poderes e nem um esconderijo secreto. O que ele tinha então? Uma padaria! Isso mesmo, uma padaria. O nome dele é Cícero, ele é padeiro em Vilas Boas e realizou as maiores peripécias das quais eu já ouvi falar! Quem me apresentou esse ser enigmático foi o próprio povo de Vilas Boas. As pessoas com as quais conversei na cidade sempre mencionavam uma ou outra história desse padeirinho excêntrico e no final do papo sempre acrescentavam “...e ele faz um pão delicioso!!”

Intrigado, decidi ir procurar Cícero e o encontrei na sua famosa padaria, chamada “Papão”. Apresentei-me como sendo Moisés C. Aminhante, repórter investigativo, e logo lhe falei das histórias que me contaram a respeito dele. Sentamos em uma mesinha e começamos a papear. Histórias de aventuras maravilhosas me foram contadas naquele dia, e agora eu vou contá-las a você.


O labirinto


O labirinto era um embolado de corredores frio e escuro. Quanto mais Júlia adentrava nele mais pressentia uma presença maldosa se aproximando dela, como se um sussurro em seus ouvidos fosse lentamente se tornando em voz e, gradualmente, em grito.

Vejo que uma dúvida se remexe em sua mente, meu amiguinho leitor: como foi que a Júlia chegou nesse labirinto? Sim, compreendo. De fato, é estranho. No final do último capítulo ela ainda estava em Atenas com seus companheiros na oficina de Dédalo e agora ela aparece misteriosamente já dentro do labirinto em Creta. Como isso aconteceu? Tenha paciência, meu pequeno. Vou explicar-me:

Logo após que Cícero terminou de fazer o enorme macarrão-guia, Júlia saiu da oficina de Dédalo e foi ao porto de Atenas. Como Creta é uma ilha, ela precisaria arranjar um barco que a levasse até lá. Após muita conversa com marinheiros ela finalmente conseguiu sua carona. O mar (novamente) estava muito agitado e o tempo fechara de repente. Em Creta soprava um vento gelado e o céu parecia que ia desabar em cima do mundo, de tão cheio de nuvens negras que estava. Júlia, assim que pisou em terra, foi procurar o dito labirinto. Após alguns minutos de busca, e com ajuda das dicas que Dédalo lhe dera, ela avistou a entrada do labirinto e, corajosamente, entrou no emaranhado escuro de caminhos confusos no qual vivia o minotauro. Enfim, foi isso o que aconteceu.

Agora, de volta ao que eu estava contando no primeiro parágrafo:

Júlia continuava avançando labirinto adentro. A cada passo que dava, desenrolava um pouco do fio de macarrão que Cícero lhe fizera, para não se perder naquela confusão de passagens e caminhos estranhos. O labirinto parecia não ter fim! Onde estaria a essência de Ambrosia que Dédalo deixara cair lá dentro? Júlia pensava:

“Em que roubada vim me meter! Ter que procurar um vidrinho no meio de um labirinto frio e escuro... desse jeito não vou encontrá-lo nunca! Preciso mais luz! E por falar em luz...”.

Subitamente as poucas tochas que de modo falho iluminavam os caminhos de Júlia apagaram. Tudo ficou escuro e a fornecedora parou estarrecida a sua caminhada. Depois de passado algum tempo no escuro, Júlia começou a ouvir um som muito baixinho. O som baixinho foi aumentando devagar até que já parecia estar muito próximo de Júlia. Parecia o som de um caminhar muito leve. O que estaria fazendo esse barulho? Seria o minotauro? Nossa aventureira sentiu seu coração bater mais forte e o medo começou a dominar-lhe os nervos. Júlia procurava o mais rápido que podia um fósforo em seus bolsos, mas estava custando a encontrar. De repente parou e pensou:

“Espere um minuto. Não pode ser o minotauro, esse barulho não parece o som de um homem-touro caminhando. Está leve demais!”

Assim que acabou seu raciocínio Júlia encontrou o procurado fósforo e rapidamente o acendeu. A fraca luz da chama iluminou uma criatura monstruosa que estava parada de pé muito perto de Júlia, que se espantou e gritou:

“Ai! Uma barata!”.

Ao invés de minotauro, Madame Voalá é quem estava ali no escuro com Júlia. Mas como haveria a barata pirata chegado até aquele lugar tão desolado? E o que teria acontecido com o verdadeiro monstro do labirinto?


sábado, 22 de agosto de 2009

Projeto Panificar!

Olá leitores do maluco! Tudo jóia? Estou criando este novo post para informar vocês de um projeto no qual estou participando desde o início de 2008. É o projeto Panificar, dirigido por Daniel Oliveira Nunes. Esse projeto visa criar um material multidisciplinar e multimídia para trabalhar na escola com crianças. É idéia muito interessante, já que pretende partir das artes (literatura, artes visuais, música, etc...) para integrar as disciplinas escolares, para que seja mais interessante e prazeroso aprender na escola. Daniel Nunes é criador do personagem Padeirinho Cícero. Sob sua direção, eu, Benjamim Linhares Machado Marchi, escrevi em 2008 um texto contando uma das aventuras desse incrível padeirinho. Essa aventura se passa na Grécia, mais precisamente na Atenas Clássica. Cícero deve ajudar seu amigo Minemônio a escapar de um mal entendido que poderá lhe custar o trabalho! Enfim, é uma história muito divertida no final da qual é criado um pão voador! Exatamente, você leu direito, um pão que faz as pessoas voarem! Enfim, é uma história muito divertida, fruto do trabalho duro e de inúmeras conversas entre eu e o Daniel. Vou postar abaixo a nota inicial desse texto, com a descrição dos personagens e dos locais pelos quais eles passam. Espero que vocês gostem. Falou!


Nota do autor


Este texto foi feito sob encomenda para Daniel Oliveira Nunes, detentor dos direitos autorais sobre os personagens Padeirinho Cícero e Madame Voalá. As descrições desses dois personagens foram feitas pelo seu criador nas seguintes obras:

Título:"PANIFICAR - O FILME"

Personalidades:DANIEL DE OLIVEIRA NUNES - Autor(a)

Registro:430876, em 14/05/2008

Gênero:Cinema/TV

Obra Publicada:Não

Tipo de Apresentação:Impressa/Computador, 7 página(s).

Comentários:Argumento Cinematográfico

Título:"PADEIRINHO CÍCERO"

Personalidades:DANIEL DE OLIVEIRA NUNES - Autor(a)

Registro:365948, em 11/01/2006

Gênero:Personagem/Desenho

Obra Publicada:Não

Tipo de Apresentação:Impressa/Computador, 2 página(s).

Título:"PADEIRINHO CÍCERO KIDS"

Personalidades:DANIEL DE OLIVEIRA NUNES - Autor(a)

Registro:430875, em 14/05/2008

Gênero:Personagem/Desenho

Obra Publicada:Não

Tipo de Apresentação:Impressa/Computador, 2 página(s).

O texto elaborado por Benjamim Linhares Machado Marchi, como proposta de adaptação, foi inspirado em “O sonho de Cícero", da autoria de Daniel Oliveira Nunes:

Título:"AS (DES)AVENTURAS DO PADEIRINHO CÍCERO"

Personalidades:DANIEL DE OLIVEIRA NUNES - Autor(a)

Registro:365945, em 11/01/2006

Gênero:Contos/Crônica

Obra Publicada:Não

Tipo de Apresentação:Impressa/Computador, 22 página(s).

Os demais personagens e localidades foram criados por Benjamim Linhares Machado Marchi. Segue abaixo uma descrição deles:

Personagens:

Moisés C. Aminhante – Repórter investigativo, mora em uma cidade grande. Sua personalidade é marcada pela curiosidade e pelo interesse em ouvir histórias fascinantes. Tem estatura mediana, cabelo castanho claro, usa um par de óculos redondos e sob a cabeça usa um elegante chapéu panamá.

Minemônio – Comerciante grego, mora em Atenas. Ocupa-se do trabalho em seu armazém, vendendo principalmente pães, azeite e artigos atenienses. Sua personalidade é marcada pelo saudosismo e pelo receio de que seus planos não dêem certo. Tem estatura mediana, cabelos negros longos e ondulados e um nariz protuberante. Veste uma toga branca e usa sandálias nos pés.

Têmiso – Grande latifundiário grego. Cultiva azeitonas e distribui azeite para Atenas e todo o mar mediterrâneo. Sua personalidade é marcada por uma noção distorcida de justiça, que se aproxima muito da noção de vingança. Possui uma contenda misteriosa com Minemônio, da qual nem o próprio Minemônio sabe. Por isso, Têmiso tentará desgraçar Minemônio a todo custo. É um homem baixo, de cabelos negros curtos, lisos e grossos. Veste uma toga branca, usa sandálias nos pés e carrega sempre consigo um exemplar do “diário ateniense”, jornal da cidade de Atenas.

Émera, Téia e Hérculix – Respectivamente, Esposa e filhos de Minemônio. Os três têm muito carinho por Minemônio e zelam sempre por seu bem-estar. Suas personalidades são marcadas pela bondade e pelo carinho que têm para com todos. Émera é uma mulher madura, com cabelos castanhos longos, repletos de cachos. Seus olhos são verdes. Ela usa um vestido púrpura e pulseiras douradas. Téia e Hérculix são ambos crianças muito pequenas. Teia é uma menina que usa uma camisetinha curta e fralda. Tem os cabelos loiros com muitos cachos e olhos verdes. Hérculix é um menino que veste camiseta longa e shorts. Ele tem os cabelos lisos e negros e os olhos também negros. Hérculix anda sempre com seu estilingue à mão.

Júlia – Fornecedora de suprimentos alimentícios e grande amiga do Padeirinho Cícero. Júlia é uma empreendedora que sempre ajuda Cícero em suas aventuras. Ela é muito corajosa e leal. Uma de suas melhores características é a criatividade e a capacidade de se adaptar às mais variadas situações. É uma mulher jovem, de cabelos castanhos curtos. Ela usa um par de óculos grandes e redondos, que lhe dão um ar intelectual. Além de sua personalidade marcante, seu maravilhoso sorriso a faz uma bela adição ao time de Cícero.

Dédalo – Grande cientista grego. Escapou do labirinto de Creta com seu sobrinho, Ícaro. A fuga foi possível graças a uma de suas invenções engenhosas: pares de asas com os quais ele e Ícaro puderam sobrevoar o mar mediterrâneo e fugir para Atenas. Dédalo é um senhor bom e muito atencioso. Sua engenhosidade não tem limites. Apesar de ser um pouco duto com seu sobrinho, Dédalo nutre grande afeição por Ícaro. Dédalo é um homem velho de barbas e cabelos brancos e longos. Veste uma toga, sandálias e anda sempre com uma prancheta para fazer cálculos sob o braço.

Ícaro – Sobrinho de Dédalo. Ambos escaparam do labirinto de Creta graças às invenções geniais de Dédalo. Ícaro é um jovem cientista que pretende se tornar tão célebre quanto seu tio. Todavia, por causa de sua juventude, Ícaro às vezes se impacienta com seu tio. Mesmo assim, nutre grande afeição por ele. Ícaro é um jovem alto e esguio de cabelos loiros e encaracolados. Veste uma toga laranja com detalhes verdes, sandálias e anda com uma muleta, pois tem o pé quebrado.

Localidades:

Vilas-Boas: É a cidade natal de Cícero. Situada no alto da Serra do Bem-te-vi, é uma cidade de clima muito agradável e beleza ímpar. A cidade conseguiu conviver em harmonia com o ambiente natural e disso resultou a paisagem exuberante que Vilas-Boas possui. Sua população também é muito amigável, receptiva e calorosa, o que faz de Vilas-Boas a cidade ideal para se viver. Como está escrito na introdução do texto: Vilas Boas fica bem no topo da Serra do Bem-te-vi. É uma região muito bonita, com muitas cachoeiras e matas silvestres nas quais os animais ainda podem viver em paz. O clima de lá é agradável o ano todo, as chuvas não inundam as ruas, o sol não queima as folhas das plantas e o vento não destelha as casas. É realmente uma ótima região, e ainda por cima o povo de lá é extremamente acolhedor.

Atenas: Cidade natal de Minemônio e Têmiso. Grande metrópole grega e cidade maravilhosa. Sofreu um grande crescimento populacional, fato que resultou em diversos problemas urbanísticos dos quais Minemônio frequentemente reclama. Como está escrito no primeiro capítulo do texto: A cidade não para de crescer, está faltando água nos aquedutos, as ruas estão movimentadíssimas com as novas charretes “Xênion 3000”, moda que se difundiu aqui na Grécia entre os jovens, que amam a velocidade das corridas de charretes. Enfim, a pequena Atenas está se tornando uma verdadeira pólis grega.

Labirinto: Situado em Creta, o labirinto é um local misterioso e sombrio que abriga uma terrível criatura: o minotauro. Pouco se sabe das origens de sua construção, apenas que foi uma civilização grandiosa que realizou tal empreitada. Como está escrito no sexto capítulo do texto: O labirinto era um embolado de corredores frio e escuro. Quanto mais Júlia adentrava nele mais pressentia uma presença maldosa se aproximando dela, como se um sussurro em seus ouvidos fosse lentamente se tornando em voz e, gradualmente, em grito.

Benjamim Linhares Machado Marchi


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Contos

Olá pessoal! Bom, como prometi, aqui está um dos contos inspirados no jogo Okami que estou escrevendo. Esse vai ser o primeiro conto do livro[bb], que devo lançar em outubro. Espero que gostem!

Força

Para Himiko


Certa vez ocorreu, em um reino do extremo oriente, de uma princesa fascinar-se com uma pequena bola de cristal que ganhara em seu aniversário. Ninguém sabia quem havia enviado o presente, nem o próprio rei. Assim, criou-se suspeita ao redor do diminuto objeto e todos temiam que nele houvesse alguma maldição. Todavia, por causa dos pedidos da princesa, que adorara a beleza do cristal logo à primeira vista, o rei permitiu que se mantivesse a jóia. Exultante, a princesa agradeceu ao rei e foi correndo para o seu quarto guardar o belo presente.

Foi então que, sem que ninguém pudesse prever, uma enorme preocupação tomou conta do reino: a princesa adoecera. Tudo começou como uma leve indisposição que logo se transformou em apatia e, por fim, resultou na invalidez da jovem aristocrata. O povo falava de uma doença misteriosa que teria acometido a infanta. Os melhores médicos da região foram chamados para examinar a doente, mas nenhum deles conseguiu descobrir o que havia de errado com ela. O que ninguém sabia era que o mal da jovem não era biológico: ela estava obcecada por sua bola de cristal.

A princesa já não saía de sua cama e nem comia. Só no que pensava era na bola de cristal. Pálida e cada dia mais fraca, ela passava horas e horas observando o claro e límpido cristal de sua esfera. A superfície da jóia era tão polida que a princesa podia ver nela seu reflexo, como em um espelho, e passava noites inteiras acordada contemplando sua imagem refletida, encantada por essa pequena princesinha presa dentro do cristal da esfera.

Em uma dessas noites, iluminada em seu leito pela clara luz da lua que entrava pela janela, a princesa experimentou algo extraordinário. Observando a bola de cristal com a fascinação que já se lhe tornara costume, ela sentiu uma forte força vinda do interior da jóia. Era como se um braço invisível a puxasse gentilmente para perto da esfera, sem que ela pudesse esboçar qualquer reação. Essa força foi aumentando, tornando-se cada vez mais intensa e sinistra, mas a princesa não conseguia desviar os olhos, por mais que tentasse, do cristal encantado. Foi então que, em um piscar de olhos, aconteceu algo fantástico: a princesa entrara na esfera de cristal, ela se tornara o reflexo na superfície lisa do cristal. Ela era agora a princesinha presa entre as paredes transparentes de sua esfera. Através delas, a jovem aritocrata podia ver dois olhos enormes que a fitavam com afinco: era seu corpo que, ainda imóvel em seu leito e segurando a esfera em uma das mãos, continuava a observar a jóia com fascinação. A princesinha gritou, bateu com as mãos nas paredes de sua prisão, fez sinais com os braços, mas seu corpo não parecia perceber nada. Era como se o corpo imóvel fosse o reflexo da princesinha presa na bola de cristal. Logo o desespero tomou conta dela. Ela podia sentir uma pressão maligna ao seu redor. De repente, uma rachadura surgiu na parede da esfera. E logo surgiu outra, e depois mais outra, muitas outras mais: era o cristal entrando em colapso sobre o peso daquele olhar imenso, tétrico e doentio. A princesinha podia sentir-se rachando também, junto com o cristal, como se sua própria existência também estivesse sob ameaça. O olhar do corpo estático não se desviava e mais rachaduras foram surgindo. A princesinha aguentou enquanto pôde, mas chegou uma hora em que não podia mais suportar aquilo e se entregou, sufocada por aqueles olhos assustadores. A esfera se partiu em mil pedaços e a princesinha perdeu a consciência.

Acordou deitada em seu leito. Fôra tudo um sonho. Sentindo-se aliviada, a jovem fez um movimento para levantar-se da cama, mas de súbito se interrompeu: percebera que ainda segurava a bola de cristal. Ela teve medo, mas logo veio a vontade de se ver livre daquele objeto vicioso, e com ela também a coragem. Com um movimento rápido, a princesinha atirou a esfera contra a parede e o cristal, com a colisão, se estilhaçou. No entanto, os estilhaços jamais tocaram o chão do quarto. Antes disso, eles se desfizeram no ar como neblina sob o sol. Com os olhos em lágrimas, a princesa foi correndo abraçar seu pai, o rei. E naquela noite toda a família real e todo o povo se regozijaram e celebraram a cura da princesa.



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Poesia infantil

poesia infantil[bb]Mudando do assunto dos videogames, estou escrevendo também poesia infantil. Pretendo encher um livro todo delas! Vai uma mostra de como estou indo até agora:

O peixe-boi


O peixe-boi dorme.

Tranqüilo peixe-boi

Que se deixa embalar

Pelo calmo correr

Da correnteza do rio.

Então ele abre um olho,

Abre outro,

E dá um grande bocejo.

O peixe-boi acorda

E come uma alga

Do fundo do rio.

Um pouquinho mais adiante,

Come outra alga.

Ele mastiga

Vagarosamente

E sente sono.

Enquanto engole

O verde capim dos rios,

O peixe-boi pensa

Em sua família.

Ele então se entristece,

Sente um peso a lhe apertar

O peito

E tem vontade de chorar.

O peixe-boi não tem mais

Pai nem mãe.

Um caçador malvado

Levou-os embora,

Para longe do triste peixe-boi.

O peixe boi não tem mais

Irmão nem irmã.

Um barco desgovernado

Os atropelou e os tirou

Do pobre peixe-boi.

O peixe-boi não tem mais

Amigos nem companheiros.

A sujeira dos esgotos

Das casas dos homens

Espantou todos

Os outros peixes-bois

Para mananciais distantes.

O peixe-boi está sozinho,

Peixe-boi sem rebanho,

Peixe-boi sem cardume,

Coitadinho do peixe-boi!

E por isso ele chora,

Chora como uma criança

Aninhada em sua cama.

Mas ninguém percebe

Esse choro

Pois, assim que brotam,

As lágrimas do peixe-boi

Se misturam à fria e triste

Água do rio

E desaparecem

Sem rastro.


Um pouco melancólico, mas acredito que esteja bom. Voltando aos videogames, postei mais um conto inspirado no jogo Okami la no blog Rosa de Pedra, que você pode acessar pelo menu ao lado. Confiram! Logo postarei um aqui também. Até a próxima!