Conto Japonês
Há muito tempo,
Muito antes do tempo do homem,
O universo era habitado
Por seres cuja natureza escapa
À compreensão da pequena mente humana.
Criaturas feitas de luz e majestade
Conviviam com os rudes elementos
De planetas, asteróides e cometas.
Tsukiyomi era um desses seres de poder imensurável.
Senhor das noites mais sombrias,
Era a mais forte luz
Da escuridão celestial.
Reverenciado e respeitado,
Errava pelos céus,
Livre e destemido,
Quando as pesadas pestanas do Sol
Cobriam sua luz divinal.
Tsukiyomi era então o mais forte,
Sonhador, boêmio,
Aventureiro do cosmos sem fim.
Mas Tsukiyomi estava cansado,
Cansado de vagar sem destino,
Perdido no escuro éter.
Algo faltava a Tsukiyomi,
Algo que ele não sabia dizer,
Algo que ele não conhecera
E jamais encontrara
Durante suas longas viagens
Pela imensidão sombria.
Em uma noite, entretanto,
Tsukiyomi teve seu passeio interrompido.
Sentada em um pequeno planeta sem nome
Estava Umi, donzela de longos cabelos negros
Em cujos olhos era refletida toda a profundidade do cosmos.
Tsukiyomi sentiu-se diferente,
Perdera a vontade de vagar,
Vontade de viver
As perigosas aventuras de galáxias longínquas.
O ente apaixonou-se pela delicada donzela
E dela não queria mais apartar-se.
Umi, percebendo o sentimento de Tsukiyomi,
Teve seu rosto ruborizado
Com a timidez de um amor inocente.
Ambos sorriram
E num movimento sincronizado
Tentaram dar as mãos.
Todavia, sendo Tuskiyomi um ente celestial
E Umi um ente terrestre,
O contato entre os dois amantes
Seria impossível.
A dor tomou conta
Dos dois corações.
Tanta tristeza sentiu Umi
Que um milhão de lágrimas derramou
Sobre a superfície de seu pequeno planeta,
Criando o que hoje chamamos de mar.
Tsukiyomi, não podendo ver sua amada em prantos,
Prometeu não abandona-la.
E para que os dois pudessem ficar juntos,
Desenhou sobre a superfície do recém formado mar
A sua imagem.
Umi contemplou com amor
O esforço de Tsukiyomi
E jurou permanecer naquele local
Para todo o sempre,
Esperando a volta de seu amado.
Tendo de se separar de Umi,
pois o Sol já abria seus olhos,
Tsukiyomi prometeu voltar na noite seguinte
Para os dois namorados
Ficarem juntos novamente,
Fazendo assim até os dias de hoje.
E foi assim que a Lua se prendeu à Terra,
E por essa razão seu reflexo surge todas as noites
Na superfície tranqüila do mar.
Assim, pergunto:
Quem medirá a distância?
E quem contará as horas?
Pois cada momento longe de ti
Me é como uma eternidade
Passada no frio vazio do espaço.
Nesses dias solitários, dias de dor e tristeza,
Penso em você, penso nos nossos felizes dias juntos,
Nos sorrisos, nos beijos, nos abraços cheios de ternura e amor,
E me encho de alegria.
Sua imagem brilha sobre mim
E me enche a alma de felicidade.
Não estou só
E posso enfim sorrir.
Seu amor me consola
Nos momentos tristes que passo longe de você
E me dá esperanças
Dos momentos felizes
Do tempo em que estaremos sempre juntos.
8 comentários:
até que enfim
abraços, belo texto
linguagem bem apropriada
Que lindo!
Parabéns.
Essa foi uma das teorias mais sutis que eu já vi de como surgiu o mar...
Muito legal seu blog, vou passar mais vezes agora.....
dá uma passada no meu
http://otaviomsilva.blogspot.com/
e/ou nesse q participo
http://mundo-leitor.blogspot.com/
Forte abraço.
Gosto da forma como escreve, ainda que difira da minha. Inclusive, gostaria de tratar temas seus no meu blog.
Abraço.
:)
muito bom, parabens.
http://danbrandao.blogspot.com
Deixe-se guiar pela estrela no fundo do seu coração !
Feliz 2011
Beijinhos
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