segunda-feira, 22 de junho de 2009

Haikai de duas páginas

Haikai de duas páginas


Dizem que fazer

haikai não é pra dizer,

mas pra sugerir.


Cinco, sete, cinco.

São três versos que limitam,

tirano poema.


Mas de que me vale

essa escrita que se cala,

letra que não diz?


Palavra que morre,

de que me pode valer?

Futilidade.


Abismo de dor,

é profundeza sombria

um signo vazio.


Aberração, sim,

monstruosidade, horror,

é não se dizer.


Angústia terrível

de ter que em si se encerrar.

Quero me expandir.


Quero liberdade.

Quero o que quiser falar.

Efusividade.


Quero sem delongas

poder de toda palavra

servir-me liberto.


Quero assim poder

dizer com todas as cores

a minha visão.


Quero já abrir

meu coração revoltoso.

Declarar amor.


Esse sentimento

dizer com todo o meu ser:

eu amo você.


O cheiro verde,

consolo de tarde fresca,

da grama em teu corpo.


O nanquim escuro,

nesses teus belos cabelos,

é serenidade.


As lindas estrelas

do teu olhar mui profundo.

Nunca vi mais belas.


O toque macio

de lábios cor de carmim.

É um beijo doce.


Calor dum abraço,

terno unir de corações.

Ajuntar de almas.


Sensação tão doce,

misteriosa, é tal

esse amor que tenho.


Resposta que tenho

a dar por essa enorme

alegria em mim:


Por te amar assim

nasceu um sol, refulgente,

em meu coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

que saudades de você e de seus versos
que saudade de sua maravilhosa risada
adoro você e seus irmãos
jura