domingo, 20 de janeiro de 2008

Mudando de assunto...

Bom, já chega de toda essa perfídia... pelo menos por enquanto. Agora um texto sobre outro assunto, algo mais brando. Várias vezes já me perguntei o que seria a beleza, de onde ela vem. Bom, aí estão algumas respostas, bem malucas e incoerentes, mas respostas assim mesmo.


Perguntas

Tu,
esfinge de cristal,
saberias me dizer
qual a resposta do mistério que te circunda?
Mistério dos teus sorrisos, dos teus choros,

da tua complexa existência.
O quê há de tão intrigante em ti?
O quê há de diferente em ti,
que acaba por prender não só os meus olhos,
os meus velhos e tristes olhos,
mas também meus pensamentos?
Tu
saberias me dizer
qual o segredo da tua estranha presença?
Presença que se mostra,

mesmo na ausência,
cada vez mais intensa?
Presença muitas vezes perdida
lá no fundo do céu, estonteantemente azul,
em algum cantinho distante

do éter cósmico,
mas que, mesmo longínqua,
permanece palpável e brilhante.
Não deve haver respostas

para os teus mistérios.
Não deve haver respostas para ti,

muitos menos para mim.
A beleza de certas coisas reside justamente

em sua obliquidade.
A tua beleza deve residir, então,

na beleza das perguntas
que a tua existência

e a tua presença
instigarem em mim.

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