domingo, 27 de janeiro de 2008

Sapatos

Passos rápidos.
Buzinas.
Trânsito louco, gritos, injúrias.
Fumaça negra entrando em minhas narinas.
Uma bicicleta quase me atropela.
Aquela bicicleta quase foi atropelada.
O ônibus pára.
Centenas de sapatos muito bem amarrados embarcam.
Para qualquer lugar.
Para longe.
Um barulho ensurdecedor de gente não deixa meus ouvidos.
Esse cheiro...
Gente, gente, gente, gente, gente para todos os lados,
até onde o asfalto negro e o cimento maculado
permitem que eu veja.
Só há gente.
Não, me expressei mal.
Só há sapatos.
Que crime é essa vida!
Os sapatos são os culpados,
um verdadeiro mar de sapatos,
um exército de sapatos sujos.
O verdadeiro crime das cidades é essa multidão de sapatos;
Multidão vazia
que esvazia
qualquer um.

2 comentários:

Giu. disse...

DUUUUUUM! Vou mostrar, se você estiver ok, seu blog pra minha tia (lembra que eu te falei que ela é professora de português???). quanto à parceria profissional, ela é certa: você vai ministrar palestras e seminários na nossa escola quando for famosérrimo (e antes disso tb!). Ah! Tenho umpeid muitomporant pra vc: manda pro meu e-mail o seu endereço completo. Lo más pronto posible, si??? Gracias!
Beijoooooo
Obs.: Gostaria de requisitar um texto muito feliz, metidamente, em minha homenagem =P

Anônimo disse...

Rapaz,que coisa nais Drummond, o bonde os sapatos...
Porra, muleque, ce tá escrevendo demais...
Puta orguulho de você.....